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o adeus da tia
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Aí vem ela...
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
capuchinho 2
Diss cheio de fome o senhor lobo.
Há quatro dias que não trinco osso,
A avozinha vai ser o meu almoço.
Quando a avozinha lhe abriu a porta
Com o susto, tremeu, e meia morta,
Fitou aqueles dentes a brilhar.
Ai que o malvado me quer devorar!
A pobre senhora tinha razão
Porque ele a comeu com sofreguidão.
A avozinha era pequena e dura,
O almoço não foi uma fartura.
Ai, estou com uma fome aterradora,
pronto para comer outra senhora.
Foi procurar petiscos na cozinha
mas nada para roer o bicho tinha.
Vou-me sentar no colchão de folhelho
À espera do Capuchinho Vermelho.
Disse o lobo enquanto se vestia
Com as roupas que por ali havia
Saia de seda, botas de verniz
Chapéu de veludo, foi o que qui.
Escovou o pêlo, as garras pintou,
Bem disfarçado assim se sentou.
Um pouco depois, em passo apressado,
A moça chegou, toda de encarnado.
Ó minha avozinha, quero saber,
As tuas orelhas estão a crescer?
Sim, minha neta, para melhor te ouvir.
Que grandes olhos teus, querida avó.
Disse a menina cheia de dó.
São para melhor te ver, disse o lobo
E pôs-se a pensar: não sou nenhum bobo,
Esta bela menina vou papar,
Que bom petisco para o meu jantar,
Vai saber-me que nem um pão de ló
Não é velha nem dura como a avó
Mas avozinha, disse a menina
Tens um casaco de pele tão fina.
Não, disse o lobo, deves perguntar
por que são os meus dentes de espantar.
Bem, digas tu o que disseres
Como-te sem prato nem talheres.
A menina sorriu. Da camisola
Sacou de imediato uma pistola
E com uma certeira pontaria
Pum, pum, pum, aquele bicho morria..
Passaram os dias, passou um mês,
Vivia a menina no bosque outra vez
Mas sem o capuz, sem capa encarnada,
Toda diferente, toda mudada.
Sorrindo me explicou: daquele lobo
Fiz este casaco de pele de lobo.
Capuchinho - Gardner
"Era uma vez uma rapariga chamada Capuchinho Vermelho, que vivia com a mãe perto de um grande bosque. Um dia a mãe mandou-a levar um cesto de fruta fresca e água mineral a casa da avó - não porque tal fosse trabalho de mulher, claro, mas porque se tratava de um acto generoso que contribuía para fomentar um sentimento de comunidade. Aliás, a avó da rapariga não estava doente, encontrando-se, pelo contrário, de perfeita saúde física e mental, inteiramente capaz de cuidar de si, como adulta madura que era.
Vai daí, Capuchinho Vermelho fez-se ao caminho pelo meio do bosque com o cesto enfiado no braço. Muitos achavam aquele bosque um lugar perigoso e de mau presságio, pelo que nunca lá punham os pés. Capuchinho Vermelho tinha, porém, tal confiança na sua sexualidade a desabrochar que não se deixava intimidar por tão óbvia imagética freudiana.
No caminho para casa da avozinha, Capuchinho Vermelho encontrou um lobo, que lhe perguntou o que levava no cesto e a quem respondeu:
- São uns alimentos saudáveis para a minha avó, que é evidentemente capaz de tomar conta de si própria, como adulta madura que é.
- Sabes, minha querida, não é nada seguro para uma menina como tu andar sozinha pelo meio destes bosques! - retorquiu o lobo.
- Considero extremamente ofensiva a tua observação sexista - disse o Capuchinho Vermelho - , mas vou ignorá-la tendo em conta a tua tradicional condição de pária da sociedade, cujo trauma te levou a criar uma mundividência própria, perfeitamente válida. E agora, se me dás licença, tenho de prosseguir o meu caminho.
Capuchinho Vermelho continuou a andar, sempre pelo carreiro principal. No entanto, o lobo, cuja condição de excluído da sociedade o isentara da obediência escravizante ao raciocínio linear do tipo ocidental, conhecia um atalho para a casa da avozinha. Irrompeu pela casa dentro e comeu a senhora, procedimento inteiramento adequado a um carnívoro, como era o seu caso. A seguir. liberto das noções rígidas e tradicionalistas quanto ao que era masculino ou feminino, vestiu a camisa de dormir da avozinha e enfiou-se na sua cama.
Capuchinho Vermelho entrou na cabana e exclamou:
- Avozinha, trouxe-lhe umas coisinhas para comer, sem gordura nem sal, em homenagem ao seu papel de matriarca sábia e criadora.
Da cama, o lobo respondeu, em voz sumida:
- Chega-te cá, netinha, para eu te ver.
Capuchinho Vermelho acrescentou:
- Ah, é verdade! Já me esquecia de que a avozinha é opticamente tão limitada como um morcego. Mas avozinha, que grandes olhos tem!
- Já muito viram e muito perdoaram!
- E que grande nariz tem (em termos relativos, claro, e, de qualquer modo, atraente, à sua maneira).
- Já muito cheirou e muito perdoou, minha querida!
- E que grandes dentes tem!
Aí o lobo disse:
- Sinto-me muito feliz por ser quem sou. - E saltou para fora da cama, filando-a com as suas garras, pronto a devorá-la.
Capuchinho Vermelho gritou, não assustada coma aparente tendência do lobo para o travestismo, mas horrorizada com a invasão do seu espaço pessoal.
Os seus gritos foram ouvidos por um lenhador (ou técnoco de combustível lenhoso, como preferia que lhe chamassem) que passava ali perto. Quando irrompeu pela cabana, logo se apercebeu da confusão e tentou intervir. Mal ergueu no ar o seu machado, Capuchinho Vermelho e o lobo pararam de brigar.
- Que pensa o cavalheiro que está a fazer? - perguntou Capuchinho Vermelho. O lenhador arregalou os olhos de espanto e fez menção de responder, mas nem uma palavra lhe ocorreu. - Entrar aqui como um Homem de Neanderthal , deixando que a sua arma pense por si !- exclamou ela. - Machista! Especista ! Como se atreve a presumir que mulheres e lobos sejam incapazes de resolver os seus problemas sem a ajuda de um homem?
Ao ouvir o discurso arrebatado de Capuchinho Vermelho, a avozinha saltou de dentro da boca do lobo e, agarrando no machado do lenhador, cortou-lhe a cabeça. Passado o mau bocado, Capuchinho Vermelho, a avozinha e o lobo sentiram-se unidos por uma certa comunhão de propósitos. Decidiram, por isso fundar uma família alternativa baseada no respeito mútuo e na cooperação e viveram juntos e felizes no bosque para sempre."
por James Finn Garner
em "Histórias Tradicionais Politicamente Correctas - Contos De Sempre Nos Tempos Modernos"
Gradiva
sábado, 26 de dezembro de 2009
A César, o que é de César, a deus o que é de deus!
A Câmara Municipal gasta o dinheiro dos munícipes a encher as ruas de luzes e de músicas de Natal. Mas não me fizeram nenhuma redução na contribuição autárquica pelo facto de eu ser agnóstica. Como se não bastasse ser obrigada a ver e a ouvir, ainda tenho de pagar!!!
Isto não é roubo?
Isto não é violência?
Haverá ainda quem ache que os «outros» são piores que os católicos???
Em abono da verdade se diga que dou alguma razão ao senhor Poliparvo. Os símbolos cristãos estão a desaparecer das celebrações do Natal. Mas não são só os símbolos pagãos que invadiram as celebrações. As autarquias agora também metem o bedelho. E as televisões. E as revistas. E as lojas. E etc.
Assim sendo, proponho que se devolva a César o que é de César e a Deus o que é de Deus:
Que o Natal católico fique a cargo da igreja católica. Que enfeitem OS SEUS ESPAÇOS com o que quiserem, comprado com o dinheiro dos seus fiéis. Que os católicos celebrem o seu Natal como desejarem, intra-muros, que vizinho não empata vizinho.
Que o Natal do consumo fique a cargo dos comerciantes, que enfeitem as suas lojas como desejarem, pagando isso dos seu bolso e do dos seus clientes; que os consumistas enfeitem as suas casas POR DENTRO como quiserem, ouçam os last christmas e etcs que quiserem, com as colunas colocadas dentro de casa, que vizinho não empata vizinho.
Agora que a Câmara Municipal gaste o dinheiro dos munícipes a enfeitar ruas e a polui-las com canções ditas de natal, todo o «santo» dia mas também nos dias úteis... Isso é que eu já não tolero! Isso é violência! Isso é roubo! Isso é um atropelo da liberdade de credo! Isso é forçosamente inconstitucional num estado laico!!!
Mas isso ninguém vê - até muitos ateus são cegos a este endoutrinamento.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Poliparvo e outros virgens
eu digo-vos o que é ofensa!
se Jesus existiu e apregoou o que vós dizeis que apregoou; se Jesus nasceu do ventrede Maria e esta era virgem; se Maria vivia com José e este não era o pai de Jesus; se vós insistis em não constituir família; se Jesus não constituiu família e disse realmente aos outros para abandonarem mulheres e filhos,
ofensa é vir falar em família quem não a quis constituir
ofensa é dizer que a família só pode ser constituída por um homem, uma mulher e filhos/filhas e defender a poligamia do seu deus (não são todas as freiras casadas com Ele? e, ainda por cima, pelo menos teoricamente, não têm filhos! Então essas casam-se... para quê???!!!)
ofensa é vir falar em família quem diz falar em nome do que fez com que outros abandonassem as suas famílias
ofensa é vir falar em família no sentido restrito, quando Jesus cresceu no seio de uma família alternativa e fruto de uma inseminação artificial numa barriga de aluguer
ofensa é incentivar os vendilhões do templo, com a venda de cds do papa
Ofensa é dar cobertura aos vendilhões de Fátima, de Lourdes, do Vaticano etc., etc.,etc.
ofensa é o fausto que a igreja ostenta
ofensa são os crucifixos variados ostentados por dom poliparvo
ofensa é discriminar (acaso ignora que há cristãos e cristãs homossexuais? acaso ignora que há padres e freiras homossexuais?)
ofensa é calçar Prada
FOGO!
Macacos me mordam se aquele crucifixo não é de ouro branco e amarelo! E o vermelho da fita à cintura mailos botanitos é pouco demoníaco, sim!...
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Vou para a Lapónia
Divirtam-se.
Votos de um bom Natal, para quem é de Natal.
Votos de boas férias, para quem as tiver.
Boa entrada no novo ano, para quem se reger pelo calendário gregoriano.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
DESCOBRI!!!
Hoje, o meu auto-rádio trocou-me as voltas e onde deveria estar a TSF tinha a RR. Foi então que ouvi uma senhora comentadora, que dá pelo nome de Raquel Abecasis e também dá pontapés na gramática, falar contra o tal do casamento; para comprovar que o governo de Sócrates deveria consultar o povo, informou-nos que dispararam os divórcios litigiosos, por causa na nova legislação anteriormente aprovada sobre os ditos, sem a tal da consulta pública. Ou seja: esta gente receia que todos os homossexuais que se casaram com uma pessoa do sexo oposto porque... era o que podiam fazer, desatem a pedir o divórcio para casar com alguém que realmente amem....
Temos pena....
Pois eu acho que se a consequência for essa, até deviam agradecer - e, se casaram por dinheiro, é só uma questão de negociarem bem o divórcio....
NOTA: No texto, publicado no site da RR, foi corrigido o erro mas se escutarem a gravação audio, lá têm a senhora a dizer «se outros motivos não HOUVESSEM»
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
o referendo
É uma birra de quem não gosta da mudança só porque não. E dizer que visa defender o casamento é uma estratégia demagógica e idiota.
Eu pergunto:
Em que é que o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que se amam, põe em risco o casamento entre pessoas de sexos diferentes, que se amam?
O Casamento entre pessoas do mesmo sexo só põe em causa os OUTROS casamentos - os casamentos por interesse; os casamentos que encobrem (e muitas vezes legitimizam) a violência de uma pessoa sobre a outra - geralmente a violência exercida pelo homem sobre a mulher. Começamos agora a conhecer os verdadeiros números das vítimas de violência doméstica. E eu pergunto:
Em que é que a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo contribui para acabar com essa tragédia? Como é que essa proibição vai contribuir para acabar com os abusos (sexuais ou outros) no seio familiar?
Se querem proteger o casamento, proibam o divórcio!!!
(Estava a brincar)
Se querem proteger o casamento, eduquem os jovens para o amor. Se querem proteger o casamento, não fechem os olhos nem mergulhem a cabeça em montes de papelada quando alguém denuncia indícios de violência doméstica. Se querem proteger o casamento, diminuam a carga fiscal dos casais, criem uns dias suplementares de «férias de casal»...
Há quem ache que o casamento serve para gerar filhos. Mas não deveria servir também para proteger e acompanhar? E isso tem de ser feito por um homem e uma mulher (sejam eles quem forem)? Ou tem de ser feito por pessoas responsáveis e capazes de afecto? Pessoas capazes de se dar?
Pois eu digo-vos que sei de muitos casos em que a criança foi gerada para tentar manter um casamento, uma relação que já se degradou - e isso é dramático. Porque os filhos só vêm aumentar o stress do casal; porque os filhos têm o direito de nascer do amor e não para tapar buracos!
Se ter filhos é importante, se é importante que a criança tenha bons modelos, então obriguem à frequência de um curso a todos os que desejam ter filhos - tal como agora fazem para quem deseja adoptar- e façam depender disso o posterior apoio monetário, mas que seja um bom apoio. Aumentem os abonos de família; melhorem os cuidados médicos; façam qualquer coisa contra toda a poluição que começa a afectar a criança desde o útero. Melhorem as escolas. Criem mais jardins de infância e infantários que não sejam depósitos de crianças. Melhorem a legislação de apoio aos filhos e filhas; criem condições para que os avôs e as avós fiquem em casa a ajudar a cuidar dos netos e das netas, aumentem as licenças de paternidade e de maternidade, diminuam os impostos, bonifiquem as fraldas, garantam comida de qualidade nas escolas, nos infantários, nas creches...
Agora digam-me: para que serve o casamento? Não é um compromisso de protecção mútua entre duas pessoas que se amam? Então, para quê o referendo?!
Espero que se consiga compreender o discurso desta senadora, assumidamente HETEROssexual, católica-romana:
(Pode reduzir o som no canto superior direito da caixa de música, ou clicar nas barras verticais paralelas, sob a colcheia, para ter uma pausa)
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
domingo, 29 de novembro de 2009
ARIANA Dantas Znachonak, maestrina
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Enciclopédia Vara REVISTA E ACRESCENTADA por Jorge Sineiro
Che que à Vara - nome revolucionário de Armando Vara
Ovários - ninho de Varas
Vara de porcos - PS
Vara verde - corrupto inexperiente
Varação - encalhar a corrupção na PGR
Varamento - acto de bater em corruptos
Varanda - falcatrua em marcha
Varapau - a vara que julga o Vara
Varapau de corrida - carapau corrupto
Varar um barco - encher o barco de corruptos
Vardade - mentira
Varejeira - secretária do Vara
Vareta - desfalque à chuva
Variações - diversidade de golpadas
Variante - novo esquema corruptor
Variável - oscilação do preço da cunha
Varicela - Vara na cela
Varicose - licenciatura à Vara
Variedades - diferentes modelos de corrupção
Varina - mãe do Vara
Varinha mágica - uma cunha (pequenina) do Vara
Varíola - um Vara mariola
Varómetro - medidor de corrupção
Varonil - um Vara de Abril
Contributo de Jorge P. G.
VARADERO - o próximo parade(i)ro do Vara
VARÃO - milena(pop.); quantia equivalente a 1000 euros
VARAL - Local de tribunal onde são guardados os depoimentos do Vara
VARIAR - telefonar ao Vara
AVARIAR - cair a chamada
VARAR - escutar o Vara
VARRAR - apagar as escutas do Vara
INVARIÁVEL - que não é audível nas escutas
VAREIRO - cúmplice ou amigalhaço do Vara; adepto da variedade
VARIEDADE - arte de saltar à vara perante a lei
VARIEGAR - Alternar entre telefonar ou enviar um MSM ao Vara
VARULHO - (reg.)ruído (em Braga); bandulho cheio(como o Vara); profusão de notícias sobre o Vara
VARIZ - dilatação permanente de uma vara; nariz do Vara
Um AVRAÇO.
Variações em ré menor: Um Vara que faz marcha atrás muito devagarinho. (Alien8)
AVISO de última hora
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